sexta-feira, 26 de março de 2010

Policiais militares que fazem partos Na corrida contra o tempo, PMs fazem das ruas uma maternidade a céu aberto

A “cegonha” às vezes veste farda, vem de viatura e transforma até mesmo a mais movimentada das avenidas em maternidade.
Ela entra em ação quando o relógio anda de forma acelerada, sem deixar tempo nem para a grávida chegar ao hospital para o parto. Estas “cegonhas” são policiais militares espalhados por todo Brasil.
Na corrida contra a violência urbana, os PMs acabam ajudando mulheres a darem à luz seus bebês por entre ruas da cidade. Isso acontece quando o caminho até o hospital pode colocar em risco a vida da gestante e da criança. São episódios raros, mas que dão um “toque materno” aos boletins de ocorrência.
Condições precárias
“A iluminação era o farol do carro. A maca, o chão sujo embaixo do viaduto. Tudo isso às 23h, em frente a uma favela, com mais de 200 pessoas assistindo”, conta Fábio da Silva, 30 anos, soldado da PM de São Paulo, ao descrever o cenário enfrentado por ele há 23 dias na zona leste da capital paulista, quando precisou fazer o primeiro parto de sua carreira. Nenês (sim, foram gêmeos) e mãe (a Tati, de “20 e poucos anos) passam bem, apesar do nascimento prematuro aos sete meses.
Condições adversas como a enfrentada pelo soldado Silva são praxe sempre que a Polícia Militar precisa fazer às vezes de “parteira”. “Não é uma ocorrência comum de ser atendida, mas quando acontece exige esforço físico e psicológico do policial, pois invariavelmente é uma situação de risco”, explica o sargento Francisco Gutemberg da Silva, que atua no Comando Geral da Polícia Militar da Bahia ao citar exemplos. “A mãe está em trabalho de parto em área de difícil acesso, não há ambulância para fazer o resgate ou o bebê já está nascendo na hora do socorro.”
O sargento nunca fez um parto de fato, mas conta que já participou de dois “quase partos”. “Em duas situações, os bebês estavam para nascer quando chegamos no local”, conta. “Mas conseguimos estabilizar a mãe e chegar até os hospitais, o que nem sempre é possível.”

Foto: Edu Cesar/Fotoarena Ampliar
Os PMs Silva e Reis: corrida contra o tempo e partos na rua
Maternidade a céu aberto
Segundo o Major Marcos Costa, responsável pela Polícia Militar do Ceará, o telefone da polícia 190 sempre é lembrado em situações de emergência. “Por isso, quando uma mulher entra em trabalho de parto e teme não conseguir chegar ao hospital, aciona a polícia por não saber o que fazer.”
Quase sempre o papel da PM no parto é centrado no “giroflex” da viatura. Com a sirene ligada, explica a assessoria de imprensa da Polícia Militar de Minas Gerais, o caminho é aberto para que a corrida até o hospital seja mais rápida e garanta a segurança da mãe e do bebê.
Nem sempre o fator trânsito permite que o trabalho da PM fique restrito ao transporte da gestante. Na cidade de São Paulo, marcada pelos engarrafamentos e longas distâncias entre um bairro e outro, as mãos dos policiais, vira e mexe, têm de fazer trabalho completo.
Nos últimos dois anos, só na capital paulista, foi realizada uma média de três partos por mês (66 no total). O soldado Ernesto Rocha dos Reis, 41 anos, por seis vezes já experimentou a “maternidade a céu aberto”. Ele trabalhava em Cidade Tiradentes, um dos bairros de São Paulo na periferia da zona leste, que só ganhou um hospital em 2008. “Não dava tempo de levar as mães para os médicos. Eu tinha que fazer o parto”, conta o soldado, que estava junto no parto de gêmeos da mãe Tati.
Trocar a morte pela vida
Se os médicos precisam de no mínino seis anos de graduação para atuar fazendo partos nos hospitais, os policiais militares completam apenas um curso básico de socorristas no início do treinamento para entrar na PM.
Por isso, só assumem o papel de “cegonhas de farda” em casos extremos, quando não há outra alternativa, nem mesmo com os serviços móveis de urgência (Samu). Salvar a vida da mãe e do bebê, muitas vezes, é o que recompensa o trabalho dos policiais convocados a fazer partos – eles fazem da intuição a principal arma.
“Nós que sempre lidamos muito perto com a morte, ficamos emocionados ao ajudar também a trazer vida para o mundo”, conta o Tenente-Coronel Djalma Beltrami, que trabalha no 5º Batalhão no Rio de Janeiro.
Há 15 dias, Beltrami viu o seu quartel ser transformado em maternidade. “Um homem apareceu pedindo ajuda para a mulher. Logo atrás, ela já estava com o bebê quase saindo... Fizemos o parto dela no batalhão mesmo”, conta.

sábado, 20 de março de 2010

190 de Manhuaçu não funciona??

Que decepção, quando mais precisei tive a sensação de descaso,muitos já haviam reclamado comigo a respeito disso mas nunca acreditei e, so hoje pude ver que se você precisar de ligar para a POLÍCIA  em Manhuaçu o 190 e o ultimo caso, pois você vai ligar sabendo que não vai ser atendido, não sei se isso se estende ao período do dia mas a noite praticamente deixa de existir?? O que esta acontecendo, será que é sempre assim? Será que esta faltando efetivo para fazer o serviço? Se o 190 e o número de contato do povo com a polícia este deveria estar sempre de prontidão independente de horário, mas isso não esta acontecendo aqui em Manhuaçu. Agora so me resta a dúvida,na hora em que eu precisar da polícia para quem devo ligar??
Gostaria de agradecer a todos que estão entrando no blog, deixando recados e me dando forças para continuar, desejo a todos muitas felicidades e que DEUS continue a nos abençoar e a nos dar coragem para continuarmos a lutar por nossos maridos, pais, ou seja, por todos os nossos PMs.

Um Grande Abraço!

Natália Mayrinck Cunha dos Reis Soares

Juventude e Polícia

 As relações entre a polícia e os jovens, sobretudo os jovens dos aglomerados e das periferias das grandes cidades, são conflituosas e quase sempre são baseadas em estereótipos, de parte a parte. O objetivo do Projeto Juventude e Polícia, que se desenvolveu no formato piloto em 2004 e que continua em atividade na PMMG, é reduzir estas barreiras. Através de apresentações musicais e oficinas culturais de percussão, vídeo, circo, teatro e grafite, coordenadas por jovens do Afro Reggae e realizadas dentro de batalhões da Polícia Militar, a iniciativa procura estabelecer um diálogo entre a cultura policial e a cultura dos jovens. Associado a este objetivo, o projeto busca produzir uma nova imagem da polícia, associada positivamente à cultura e à arte e dissociada dos estereótipos de violência e discriminação; e produzir uma nova imagem dos jovens moradores de aglomerados e favelas dissociada dos estereótipos da criminalidade Em 2003, o Grupo Cultural Afro Reggae e o CESeC apresentaram um projeto que previa o desenvolvimento de ações culturais lideradas pelo Afro Reggae dentro de Batalhões da Polícia Militar do Rio de Janeiro. O projeto foi aprovado pela Fundação Ford, mas não pode ser implementado no Rio. Em 2004, o então sub secretário de Defesa Social de Minas Gerais, Luiz Flávio Sapori, convidou o Afro Reggae e o CESeC para desenvolverem o projeto em Minas Gerais. O projeto foi reformulado para ser desenvolvido no formato piloto e se realizou em quatro etapas, de agosto a novembro de 2004. Em 2005, Afro Reggae, CESeC, Secretaria de Defesa Social e Polícia Militar de Minas Gerais desenvolveram a segunda fase do projeto, capacitando policiais para trabalharem diretamente com jovens dos aglomerados de Belo Horizonte. Atualmente, o Projeto Juventude e Polícia é um diferencial entre polícia e jovens de periferia, com resultados altamente satisfatórios para ambas as partes.A parceria Polícia e Comunidade tem como princípio o reconhecimento que a distância entre sociedade e polícia é um desafio de todos e não apenas um "problema" da polícia; e que os estereótipos que os policiais têm dos jovens de favelas são tão presentes quanto os estereótipos dos jovens e da sociedade sobre a polícia.

234 ANOS - PMMG, uma das mais bem preparadas forças do País


A trajetória da Polícia Militar de Minas Gerais, órgão da administração do Estado, em mais de dois séculos de vida, se confunde com a história de Minas Gerais, que cresceu de forma articulada e organizada. Trabalha para a preservar a ordem pública, proteger e socorrer pessoas e preservar o meio ambiente e o patrimônio artístico cultural. Por isso, ela se firmou como uma das melhores e mais preparadas forças de segurança pública do País.
 
Criada em 1775, a atual Polícia Militar já experimentou vários nomes: do originário Regimento Regular de Cavalaria de Minas, onde serviu Tiradentes, o Corpo Policial, Brigada, Força Policial e inúmeras outras designações até o atual, adotado desde 1946. As Companhias do Terço Pago e as Companhias de Dragões antecederam o Regimento Regular de Cavalaria de Minas. A primeira, com efetivo recrutado no Rio de Janeiro. A segunda, composta exclusivamente por portugueses. Como nenhuma das duas organizações se firmou, surgiu o Regimento de Cavalaria de Minas, que passou a recrutar apenas mineiros.
 
Até bem pouco tempo, além da sua função social de manutenção da ordem pública, a PM teve também a incumbência de defesa interna. Diante disso, esteve subordinada diretamente ao Exército Brasileiro e, assim, conviveu, por um bom período, com formação profissional e estruturas atinentes àquela Instituição. Seu respeito com as coirmãs vem-se refletindo no constante intercâmbio de conhecimentos, experiências e produção científica.
 
 
ÁREAS DE ATUAÇÃO
Com um moderno senso de organização, a PM está presente nos 853 municípios do Estado. Ela conta com um efetivo superior a 44 mil homens e mulheres e um dinâmico dispositivo operacional, que possibilita contato permanente e constante interação com a comunidade.
 
Nos níveis estratégico, tático e operacional, a Corporação é departamentada por funções, na atividade-fim e na atividade-meio, e por território, segundo a localização geográfica de suas unidades, articulando-se em regiões, áreas, subáreas e setores, espaços geográficos que circunscrevem os locais de responsabilidade atribuídos às frações.
 
Desse modo, a PM consegue efetividade, dinamismo e interação. Em Belo Horizonte, conta com comando em nível intermediário, a 1ª Região de Polícia Militar (1ª RPM), também conhecido como Comando de Policiamento da Capital – CPC, cuja responsabilidade abrange toda a capital.
 
A malha protetora do CPC é responsabilidade dos seguintes Batalhões: 1° (Bairro Santa Efigênia), 5° (Gameleira), 13° (Planalto), 16° (Santa Tereza), 22° (Barragem Santa Lúcia), 34° (Caiçara), 41° (Barreiro) e 49° (Venda Nova), e das Unidades Especializadas - Batalhão de Polícia de Eventos - BPE, Companhia de Missões Especiais – Cia Mesp, Batalhão de Guardas - BPGd, Regimento de Cavalaria Alferes Tiradentes – RCAT, Batalhão de Polícia Rodoviária – BPMRv, Batalhão de Radiopatrulhamento Aéreo – Btl RpAer, Rondas Táticas Metropolitanas – Btl ROTAM e Companhia Independente de Trânsito – Cia Ptran. Todas essas Unidades são subordinadas ao Comando de Policiamento Especializado – CPE, que responde também pelas unidades do interior do Estado.
 
Além disso, alguns Batalhões, de acordo com a necessidade da sua área de atuação, criaram Unidades de contato direto com a comunidade, como o GATE – Grupamento de Ações Táticas Especiais, o GEPAR – Grupo Especializado de Policiamento em Áreas de Risco e o Canil (policiamento com cães). Em todas as Unidades PM, a orientação emanada do Comando Geral é que sejam adotados no trabalho diuturno os princípios da Polícia Comunitária e o que preceitua os direitos humanos.
 
RPMs
Em Belo Horizonte, foi instalada a 1ª RPM; na Região Metropolitana, foram implantadas a 2ª RPM (Contagem) e a 3ª RPM (Vespasiano). No interior do Estado, estão articuladas outras 14 RPMs: 4ª RPM – Juiz de Fora, 5ª RPM – Uberaba, 6ª RPM – Lavras, 7ª RPM – Bom Despacho, 8ª RPM – Governador Valadares, 9ª RPM – Uberlândia, 10ª RPM – Patos de Minas, 11ª RPM – Montes Claros, 12ª RPM – Ipatinga, 13ª RPM – Barbacena, 14ª RPM – Curvelo, 15ª RPM – Teófilo Otoni, 16ª RPM - Unaí e CPE, sediado em Belo Horizonte.
 
Além dessas Unidades de Execução Operacional, a PM investe em seu público interno, buscando a valorização do policial militar, mantendo, para isso, modernos centros de saúde (Hospital da Polícia Militar, Centro Odontológico e Centro Farmacêutico) e em educação, com os Colégios Tiradentes, instalados em cidades, espalhadas por todo o Estado.
 
NOVA FACE
Hoje, a organização assume uma nova face: mais participativa, interativa, integradora e mediadora de conflitos sociais. O tempo trouxe novo entendimento a respeito da Polícia Ostensiva, fazendo com que a busca da excelência operacional constitua uma das preocupações dos comandantes de Polícia Militar.
 
Conscientes do importante papel social da Corporação, esses profissionais de segurança pública – a exemplo dos comandantes ou chefes de muitas instituições policiais do mundo – implementaram a Polícia Comunitária, que contempla atitudes de parceria, cooperação e interação com lideranças comunitárias.
 
Assim, surgiram os Conselhos Comunitários de Segurança Pública – Consep, figurando-se uma das formas mais eficazes de provimento da segurança pública, porque aproxima o policial das pessoas, identifica os anseios comunitários, discute e busca soluções conjuntas.
 
Esse interrelacionamento PM e comunidade, já existente ao longo da história da Corporação, ganhou roupagem doutrinária e passou a ser discutido sobre sólida base. Desse modo, convencida de que a solidariedade constitui seu ideário básico, a Polícia Comunitária tem sido representada, pela idéia: Polícia Militar + comunidade = solidárias na segurança.
 
 
RECURSOS HUMANOS
A nova ordem mundial dita que é tempo das organizações assumirem sua cidadania por meio de um compromisso ético com a melhoria na qualidade de vida. As organizações, finalmente, descobriram que o seu potencial competitivo está nos recursos humanos, com sua infinita capacidade criativa.
 
Na Polícia Militar de Minas Gerais, não é diferente. Na Corporação mineira, a seleção e o recrutamento dos policiais militares têm sido uma das preocupações constantes, de modo a atender a composição do efetivo previsto. Com efeito, a formação e treinamento ocorrem segundo procedimentos e técnicas mais modernas, voltados para o socorrimento público.

CURIOSIDADE: DEU A LOUCA NA PM


OS 30 MINUTOS QUE SÃO UTILIZADOS NA CHAMADA PARA OS TURNOS, NÃO ESTÃO SENDO CONTADOS COMO CARGA HORÁRIA. PORÉM, O MILITAR QUE SE ATRASA, É PUNIDO.   
 
SE ESSES MESMOS 30 MINUTOS NÃO SÃO CONTADOS COMO HORA DE TRABALHO, COMO O MILITAR PODE SER PUNIDO? 

sexta-feira, 19 de março de 2010

A Segurança pública é um elemento fundamental para a sociedade !

A Segurança pública é um elemento fundamental para promover as mudanças necessárias à concretização da cidadania no Brasil. No entanto, assim como a segurança, a violência na sua forma de criminalidade urbana também ocupa um lugar importante na formação da história brasileira recente.
O processo de constituição dos centros metropolitanos do país foi acompanhado pela elevação sensível das taxas de criminalidade. Roubos, sequestros, furtos e, sobretudo, homicídios vêm afetando de maneira cada vez mais grave o cotidiano das grandes capitais brasileiras. Entre os anos de 1980 e 2004, a taxa de homicídios praticamente triplicou. Hoje, com aproximadamente 48 mil mortes por ano, o Brasil é um dos países que detêm uma das maiores taxas de homicídios no mundo. Paralelamente, crimes contra o patrimônio também tiveram um amento significativo. Dados dos últimos cinco anos mostram um crescimento médio de 23% entre os crimes dessa natureza, espalhados pelas principais capitais.
Esse cenário conjugado tem consequências em campos diversos e que podem ser percebidas pelos diferentes setores da sociedade brasileira. Além de produzir um número alarmante de vítimas, o crescimento da criminalidade urbana carrega em si o aumento do medo e da sensação de insegurança, transforma o cotidiano das cidades e aparta, de maneira profunda, grupos sociais.
Outra dimensão igualmente grave são os custos elevadíssimos que os crimes expressos pelas altas taxas representam para o país. Os valores gastos com o sistema de saúde em função da violência, as perdas resultantes do comprometimento da força produtiva, os investimentos que a criminalidade é capaz de afastar de determinadas regiões, ou mesmo os custos simbólicos para uma sociedade que se representa, também, por meio da violência ajudam a circunscrever a gravidade do fenômeno. A percepção de que os níveis de violência alcançados nos dias atuais alimentam a descrença e a desconfiança institucional completa o quadro, o que acaba por enfatizar estratégias privadas de resolução do problema. Fica estabelecido, assim, um ciclo no qual as soluções, ao mesmo tempo em que demandam urgência, aparentam ser mais distantes e improváveis.
Diante desse cenário, a constatação mais importante é que tamanha vitimização deixa claro que ainda há no país um abismo referente à garantia de direitos, que impede que a cidadania seja uma experiência integral, assegurada ao conjunto da sociedade. Se por um lado a violência alimenta cotidianamente o ciclo de desigualdades no país, por outro é preciso reconhecer que a segurança - e sua garantia na condição de direito de todo cidadão e cidadã - é uma premissa essencial à efetivação de uma noção plena de cidadania, além de ser um direito fundamental previsto na Constituição Federal de 1988.
Fica claro, portanto, que um projeto político que tenha no seu horizonte a promoção de uma sociedade igualitária e justa deve incluir no seu compêndio de temas e objetivos a segurança de cada cidadão, combinada com a segurança da coletividade. Isso, no entanto, não é tarefa simples. Os desafios impostos pelo cenário deflagrado evidenciam o grau de complexidade que caracteriza o fenômeno da violência e da criminalidade urbana.
As interpretações apontam um feixe variado de elementos explicativos: o a cesso difundido às armas de fogo e sua ilegalidade e a fragilidade das instituições no Brasil; uma sociabilidade construída sobre bases perversas, capaz de cristalizar uma cultura violenta da resolução de conflitos; a criminalidade transnacional, expressa pelo tráfico de drogas, armas e pessoas; as disparidades de ordem estrutural que ainda flagelam o país; além das políticas sociais que ainda não conseguem beneficiar, suficientemente, a sociedade no seu conjunto.
O fenômeno da violência e da criminalidade no Brasil se apoia em bases individuais, comunitárias, estruturais e institucionais e demanda que seu enfrentamento seja feito de modo a articular e contemplar todas essas frentes. Por oposição, essa multiplicidade de fatores parece encontrar um denominador comum. A persistência crescente dos indicadores de vitimização chama atenção para a fragilidade e a pouca eficácia histórica das ações desenvolvidas pelo Estado brasileiro nos diversos níveis governamentais.
Diante do agravamento da criminalidade, o aparato estatal mostrou-se pouco eficaz na contenção da violência e, sobretudo, não sendo capaz de promover uma convivência pacífica. Não raras vezes, na sua atuação o Estado torna-se um promotor da violência e da sensação de insegurança, não obtendo êxito na sua tarefa de reprimir o crime. Tampouco é competente na missão de oferecer oportunidades de reintegração social.
Tal complexidade evidencia, no entanto, que esse é um desafio que deve ser enfrentado coletivamente. Ao Estado, em seus diversos níveis, cabe garantir direitos por meio da implementação de políticas públicas eficientes nos resultados, eficazes na gestão dos recursos públicos e em conformidade com as normas que regem nosso ordenamento jurídico. Da mesma maneira, o envolvimento e a mobilização da sociedade no processo de reversão desse quadro grave mostram-se como a única estratégia capaz de produzir uma nova realidade de convivência no território brasileiro.

sábado, 6 de março de 2010

Estadistas ou Bestas-feras !

Estudos da Organização das Nações Unidas indicam que no mundo há 800 milhões de pessoas passando fome. Destes famintos cerca de 35 milhões são brasileiros e – pasmem! – no mesmo grupo há 35 milhões de norte-americanos. Enquanto isto o Tio Sam gasta 200 bilhões de dólares para derrubar Sadam Hussein do governo iraquiano e outro tanto para se vingar de Bin Laden por ter ele patrocinado a queda das torres gêmeas, onde morreram quase três mil cidadãos.

Essa dinheirama toda seria suficiente para eliminar a fome e todas as doenças do continente africano; mais importante, porém, é saciar a voracidade da indústria bélica, satisfazendo o apetite de lucros dos seus acionistas com banquetes pantagruélicos.
O enorme abismo entre ricos e pobres alargou-se exageradamente a partir de 1971, quando Richard Nixon, presidente dos Estados Unidos, decidiu que a emissão de papel-moeda por cada país não mais precisaria ser garantida por reservas de ouro.
Com essa medida a moeda de um país passou a ter apenas valor fiduciário (do latim fidus=confiança), ou seja, a credibilidade que cada governo ou nação possui de honrar seus compromissos.

A partir de então as nações ricas se fortaleceram; as nações em desenvolvimento, que precisavam importar matérias-primas e máquinas para implantar indústrias viram-se num dilema angustiante.

Com suas Economias combalidas e suas frágeis moedas mais enfraquecidas, precisavam importar muito mais do que exportavam. Isto gerava desequilíbrio na balança comercial e só havia duas maneiras de resolver: emitir mais papel-moeda provocando inflação acelerada ou tomar dinheiro emprestado junto aos agiotas internacionais. É como escolher entre ser assado na brasa ou frito na frigideira.

No Brasil adotaram-se estes dois métodos com uma capacidade inventiva de deixar Maquiavel de queixo caído: taxa de crescimento demográfico elevada + salários arrochados = mão-de-obra farta e barata.

Esta fórmula tão simples quanto o resumo da teoria de Einstein (E=mc2) foi consolidada pelo então ministro da Fazenda, Antonio Delfim Neto, que esfolou o lombo dos brasileiros com a chibata do “Milagre Econômico”, prometendo que no final haveria bolo para todos.
Mas o tal bolo sumiu e o povo, como gato escaldado, nunca mais “pagou o mico” de se ligar em promessa de ministro. Em 1964, na campanha “Ouro para o bem do Brasil” já tínhamos dado nossas alianças e anéis sem suspeitarmos que mais tarde eles voltassem para nos arrancar os dedos. “Este é um país que vai pra frente” tornou-se o hino dos alienados e a conquista da Copa do Mundo em 1970 anestesiou a “massa” que se contenta com Circo ainda que lamentando a falta de Pão, enquanto se apregoava “Brasil – ame-o ou deixe-o”.

O general João Batista de Figueiredo despediu-se com uma frase lacônica: “Esqueçam de mim”. Realmente, ele já estava açodado. O poeta de “Marimbondos de Fogo” assumiu, mas a luz que se tentava enxergar no fim do túnel continuou apagada.

Na renovação elegemos Fernando Collor de Melo, que tinha pose de Sassá Mutema, mas havia um PC Farias nos bastidores. (Desgraça pouca é bobagem).

Finalmente um Lula prometeu dar o Pão que faltava para encher o bucho do povo; o Circo ficou por conta do Congresso Nacional, cujos acrobatas se revezam nos espetáculos: Os Anões do Orçamento, O Mensalinho, Os Mensaleiros, As Sanguessugas, com enredos que lembrariam uma mistura de ópera-bufa com ópera-cômica, não fosse o suado dinheiro do contribuinte sumindo pelo ralo do picadeiro a cada encenação. Um dos atores principais até estufou o peito e rasgou a goela tentando provar que Caruso era inimitável na interpretação de Ó Sole mio; e a desengonçada dança da pizza só não será reapresentada porque a dançarina foi “convidada” pelas urnas a desistir da sua personagem. Já foi tarde.

“PIZZAS, PANES ET CIRCENSES”. (Será?)
Assim caminha a Humanidade. E nós, brasileiros, vamos a reboque sem percebermos que o cabresto da ignorância será a mortalha da nossa miséria...
Valha-nos, Deus.