sábado, 20 de março de 2010

Juventude e Polícia

 As relações entre a polícia e os jovens, sobretudo os jovens dos aglomerados e das periferias das grandes cidades, são conflituosas e quase sempre são baseadas em estereótipos, de parte a parte. O objetivo do Projeto Juventude e Polícia, que se desenvolveu no formato piloto em 2004 e que continua em atividade na PMMG, é reduzir estas barreiras. Através de apresentações musicais e oficinas culturais de percussão, vídeo, circo, teatro e grafite, coordenadas por jovens do Afro Reggae e realizadas dentro de batalhões da Polícia Militar, a iniciativa procura estabelecer um diálogo entre a cultura policial e a cultura dos jovens. Associado a este objetivo, o projeto busca produzir uma nova imagem da polícia, associada positivamente à cultura e à arte e dissociada dos estereótipos de violência e discriminação; e produzir uma nova imagem dos jovens moradores de aglomerados e favelas dissociada dos estereótipos da criminalidade Em 2003, o Grupo Cultural Afro Reggae e o CESeC apresentaram um projeto que previa o desenvolvimento de ações culturais lideradas pelo Afro Reggae dentro de Batalhões da Polícia Militar do Rio de Janeiro. O projeto foi aprovado pela Fundação Ford, mas não pode ser implementado no Rio. Em 2004, o então sub secretário de Defesa Social de Minas Gerais, Luiz Flávio Sapori, convidou o Afro Reggae e o CESeC para desenvolverem o projeto em Minas Gerais. O projeto foi reformulado para ser desenvolvido no formato piloto e se realizou em quatro etapas, de agosto a novembro de 2004. Em 2005, Afro Reggae, CESeC, Secretaria de Defesa Social e Polícia Militar de Minas Gerais desenvolveram a segunda fase do projeto, capacitando policiais para trabalharem diretamente com jovens dos aglomerados de Belo Horizonte. Atualmente, o Projeto Juventude e Polícia é um diferencial entre polícia e jovens de periferia, com resultados altamente satisfatórios para ambas as partes.A parceria Polícia e Comunidade tem como princípio o reconhecimento que a distância entre sociedade e polícia é um desafio de todos e não apenas um "problema" da polícia; e que os estereótipos que os policiais têm dos jovens de favelas são tão presentes quanto os estereótipos dos jovens e da sociedade sobre a polícia.

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